Esse é um livro de poemas que lida com um vasto conjunto de temas da vida comum, do amor até dilemas existenciais. Há poemas que falam sobre sonhos, inquietudes e temas que flertam com conceitos filosóficos, como não ter uma definição acerca da vida, da morte, o papel do artista ou sobre a exploração do trabalho. Além disso, o livro percorre também um caminho de assuntos maisleves e até cômicos como o poema Coxinha e Puesia.
Todos os poemas, no entanto, têm como elemento comum a forma. Geralmente se busca um poema ritmado, que quando declamados se pode sentir certa sonoridade como de uma música. Por isso, o uso proposital de palavras que fossem mais fáceis de serem pronunciadas e com objetivo de utilizar fonemas que pudessem ser mais agradáveis aos ouvidos.
O leitor mais atento poderá perceber influências de Carlos Drummond de Andrade, com o poema José, que originou Pois é, José!, bem como João Cabral de Melo Neto, principalmente o poema Morte e Vida Severina, e também, o mais influente, Fernando Pessoa. E é exatamente por isso, tamanha a magnitude dos poemas citados como inspiração, é que surge a epígrafe “Peço a todos os poetas de grande vulto, que hoje habitam o sublime, para que me perdoem a heresia” como uma forma de pedir licença para fazer poesia inspirada por esses grandes mestres para também fazer poesia. Além dos poetas, a música nacional também exerceu forte inspiração para a composição dos versos.